12 de novembro de 2008

meet me in the lobby?





Nessa última terça-feira, o presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), defendeu a aprovação do projeto que regulamenta o lobby. A proposta, de autoria do senador Marco Maciel, tramita na Casa há 20 anos. Parece até ironia, dado o momento de crise financeira e dos recentes – e incessantes – desdobros de operações destinadas a investigar tráfico de influência.

No entanto, se pararmos para pensar, ainda que a palavra lobby tenha, aqui em terras tupiniquins, conotação extremamente pejorativa, designa uma atividade inevitavelmente exercida por aqueles que têm certo poder de persuasão – mesmo sem que estejam cientes de suas habilidades - em qualquer grupo em que estejam inseridos: suas famílias, suas instituições de ensino, seus grupos de amigos, nas empresas em que trabalham e, como não poderia ser diferente, no governo.

A palavra Lobby tem origem inglesa e significa hall ou corredor; talvez devido ao fato de várias articulações políticas acontecerem nas ante-salas das sedes do poder. Quem nunca ouviu a famosa “fofoca de corredor”? Fazer lobby é, basicamente, tentar influenciar alguém que tem determinado poder diretivo para que uma decisão específica seja a mais favorável possível à parte interessada. E o fato é mais recorrente do que se percebe, e nem sempre é feito através de meios escusos ou elaborados subterfúgios mentais.





Faz lobby o filho que argumenta com o pai - e às vezes usa a influência da mãe - para conseguir a autorização para uma viagem; faz lobby o sindicato que negocia com a empresa e se utiliza do direito de greve para melhorar as condições de trabalho; faz lobby o país que tenta convencer os demais que deve ser membro permanente do Conselho de Segurança da ONU por ter a maior importância geopolítica na sua região - e se utiliza concessões econômicas para agradar a um eleitor indeciso; faz lobby, inclusive, o rapaz que diz que só irá no casamento da amiga da namorada se puder sair só com os amigos no dia anterior, e se vê convencido por argumentos nem tão verbais.

Em tempos de intolerância e maniqueísmo, a iniciativa de regulamentar uma atividade que acontece de forma corrupta no Brasil é extremamente válida. Não regulamentado, o lobby é um eterno convite à corrupção. Não sejamos moralistas, o Brasil não está e nem vai reavaliar seus preceitos ideológicos, e tampouco sua população vai, assertivamente, fazer qualquer coisa além de reclamar para - e olha o clichê – os rumos da nossa nação. Se nos Estados Unidos, o lobby é regulamentado por leis federais e funciona como uma profissão, vamos, também, sair do escuro e colocar algumas regras que garantam transparência – tanto quanto seja possível – e paridade de acesso às instituições públicas por parte da iniciativa privada.

Afinal, interesses todos temos, e nem todos são o exemplo do religioso e utópico altruísmo.

2 comentários:

lu disse...

muito interessante

Anônimo disse...

mto bom artigo. visita meu blog. te add no orkut. sou amigo do leo e do moda urbana. http://surtadosurtout.blogspot.com